segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Te prepara Barcelona ai vem o Colorado♫

Pense no dia mais feliz da sua vida, mas pense neste dia com emoção, com euforia, com uma lágrima de felicidade escorrendo pelo seu rosto, com um sorriso estampado na face. Pense naquele dia 17 de dezembro de 2006, lembre da garra do Iarley e do Fernandão, do gigante Clemer, da coragem do Pato e finalmente, do gol do Gabiru. 
Depois de 97 anos aquele time comandado por Abelão viajou para o Japão com um só objetivo a conquistar, ser campeão do Mundial de Clubes FIFA, aquele tão sonhado titulo que foi implorado pela torcida colorada para Iarley e Fernandão que prometeram trazer a taça pra casa. 
Uma competição que para ser campeão teriam que passar do poderoso e considerado o grande favorito Barcelona, que tinha Ronaldinho Gaúcho na sua melhor fase, mas nós tínhamos um time guerreiro que não desistiria a custo de nada da batalha mais sonhada.
O favoritismo do Barcelona cresceu ainda mais quando derrotaram o America por 4 a 0 na semi final, enquanto isso o Internacional sofreu para passar pelo Al Ahly, o jogo foi ganho de 2 a 1 com gols dos garotos, Alexandre Pato e Luiz Adriano.
Chega o grande dia, corações acelerados, colorados do mundo inteiro chegaram ao seu tão sonhado dia, a seu tão sonhado jogo, aquele que lhe faria o melhor do mundo, aquele que pintaria o mundo da cor do seu sangue. No vestiário Fernandão comandava o time “Lá dentro dar o máximo e quando vê que ta chegando ao seu máximo ai a gente vai ver que pode da mais um pouquinho por esta camisa, por estas pessoas que esperam de nós o melhor, então vamos lá dentro e sai daqui campeão”. Eram 7h e 20min da manhã no Brasil, e lá estavam os heróis colorados entrando em campo Clemer, Ceara, Índio, Fabiano Eller, Wellington Monteiro, Edinho, Rubens Cardoso, Alex, Fernandão, Iarley e Alexandre Pato foi o time que começou o jogo. 
Neste momento, colorados do mundo inteiro se viam diante o maior jogo de suas vidas, uma ansiedade que tomava conta de seu coração, um desejo de sair dali campeão, nada do que ouvia lhe tirava esta certeza, porque naquele dia o mundo seria sim, pintado de vermelho e branco pela nação colorada. As ruas de Porto Alegre pareciam um mar vermelho, todos reunidos para ver o Clube do Povo encarar o Barcelona, todos ali esperando o maior objetivo ser conquistado, e só dependia daqueles 23 jogadores que viajaram para Yokohama com o dever de trazer a taça para a capital gaúcha. 
Começa o jogo... O Internacional valorizava a posse de bola e aos 18 minutos levou um susto, Van Bronckhorst chutou firme, Clemer afasta o perigo e no rebote Ronaldinho quase abre o placar. O torcedor sabia que não seria nada fácil, mas que também aquele time não deixaria as coisas serem fáceis para o Barcelona. 
Aos 28 minutos o juiz marca falta perto da área para o time catalã, colorados tiveram calafrios naquele momento. O mundo inteiro conhecia a facilidade que Ronaldinho tinha de fazer gols dali, mas Clemer não deixou a bola entrar, com defesa em dois tempos o goleiro tirou o perigo de perto da área.
Fim do primeiro tempo e o Inter não tinha levado perigo ao gol de Victor Valdez. Torcedores rivais já soltavam foguetes dando o Barcelona como campeão, mas ninguém tinha avisado isso ao time do Internacional, e o torcedor colorado não deixou de acreditar na vitória em momento algum.
Começa o segundo tempo decisivo, os colorados mal imaginavam que estavam a 36 minutos do gol mais festejado de suas vidas. Valdez fez sua primeira defesa aos 16 minutos do segundo tempo em um chute de Iarley, o goleiro defendeu sem dificuldades.
Abel tirou Alex para a entrada de Vargas e Alexandre Pato para a entrada de Luiz Adriano, mas foi a ultima substituição aos 31 minutos que fez a diferença. No lugar do capitão Fernandão que estava sentindo câimbras entrou Adriano Gabiru, o camisa 16 tão contestado pela torcida colorada que a partir daquele dia viraria um dos maiores símbolos do Inter por ter feito o maior gol da história do clube. 

Eram 36 do segundo tempo quando Iarley o baixinho de 1,71 arrancou em velocidade, em sua frente Puyol, o atacante não temeu e deu uma linda caneta no zagueirão, tocando para Adriano Gabiru que entrava pela sua esquerda, foi naquele momento que a respiração parou. Parou para que você pudesse olha a bola entrando, parou para que você pudesse chegar à felicidade máxima, eram 10 horas da manhã no Brasil e Gabiru só teve o trabalho de dar um toquinho para tirar Victor Valdez da jogada e sair alucinado para comemoração, um momento mágico em que as lágrimas rolavam, mas por alegria, o sorriso era fantástico, um momento que com certeza nunca vai sair da memória de nenhum colorado, o orgulho que aquelas pessoas sentiram do seu time que não desistiu diante do “favorito”, que foi gigante diante do “favorito”. 
Apesar de estar com o placar na frente o jogo continuava difícil e se não fosse o gigante Clemer teria ficado mais complicado ainda, Deco chutou de fora da área e o goleiro colorado saiu para fazer a defesa. Corações apertados, angustiados, e com o grito de campeão quase saindo pela garganta. Minutos depois o mesmo camisa 20 ficou cara a cara com o goleiro colorado e mais uma vez o paredão se fechou para Deco que viu a chance parar no homem que vestia cinza com um símbolo vermelho.
Faltavam ainda cinco minutos e a torcida colorada só se orgulhava, Iarley dava os últimos suspiros dentro de campo, um suspiro ofegante de um verdadeiro guerreiro, prendia a bola o máximo que podia e não via a hora do juiz apitar o final da partida.
Aos 45 minutos falta marcada para o Barcelona, Ronaldinho na bola, dedos cruzados, olhos atentos e o melhor do mundo joga pra fora a chance de levar o jogo para a prorrogação.
Foi quando Carlos Batrez pediu a bola e apontou para o meio do campo que o torcedor colorado chegou ao momento extremo de felicidade, Fernandão sobe ao pódio e ergue a taça com orgulho, Clemer a segura e da à volta olímpica com a bandeira do Brasil nas costas. E em Porto Alegre a torcida fazia das ruas um salão de festa. “Me perdoa Gabiru” o jogador que era antes julgado pelo torcedor, agora era implorado perdão, e recebia agradecimentos de joelhos. Iarley merecidamente recebeu a bola de prata, e foi o melhor jogador colorado. 

Foram 97 anos esperando por este momento, 97 anos sofridos que tiveram um final feliz, porque naquele dia 17 de dezembro de 2006 o Internacional passou a ser o dono do mundo, o time que derrubou o favoritismo do Barcelona, a torcida que nunca deixou de acreditar neste acontecimento. Grite, chore, extravase, solte o tão desejado grito de campeão do mundo, porque neste dia sim o mundo passou a ser vermelho e branco.

Um comentário:

  1. Belíssimo artigo, emocionante. Porém, acho que o índio deveria ser no mínimo mencionado no mesmo. Foi bravo, sofreu uma cotovelada acidental de seu companheiro Edinho, quebrou o nariz no lance, caiu, derramando sangue no gramado e encharcando a camiseta branca de sangue, "pintando-a" de vermelho. Mesmo assim seguiu no jogo, Teve que trocar a camiseta, nos 0º graus do Japão ficou dois minutos a beira do gramado sem camiseta, depois que chegou a camiseta atuou o jogo inteiro com um algodão no Nariz, quando a partida acabou se deu por conta que tava com camiseta curta em uma temperatura quase negativa. Sem contar que no lance do gol, no lance mágico, dominou a bola, pressionado por Ronaldinho girou para a esquerda e mandão um balão para o meio de campo.... a bola resbalou em Gabiru, passou por Luiz Adriano e sobrou para Iarley e..... o resto todo mundo sabe. ÍNDIO UM GUERREIRO., No mais, excelente texto Paaaauli *-*

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